Uma jovem de 23 anos, Vitória Rosa de Oliveira, foi assassinada a pauladas e pisoteada no pescoço pelo companheiro, Eriberto de Oliveira Lima, de 33 anos, neste final de semana, no Jardim Boa Esperança, em Hortolândia. O crime só foi descoberto dois dias depois, quando Lima foi detido pela Polícia Militar em atitude suspeita e confessou o assassinato.
Lima alegou que cometeu o crime porque Vitória estava no celular e não havia feito a refeição. O casal tinha dois filhos pequenos, um menino de dois anos e meio e uma menina de cinco meses.
O corpo de Vitória foi enterrado na tarde de ontem no Cemitério Parque Hortolândia. Após a prisão, a detenção de Lima foi convertida para prisão preventiva. Este é o primeiro caso de feminicídio em Hortolândia e o segundo na Região Metropolitana de Campinas (RMC) neste ano.
O casal vivia junto há pelo menos três anos e morava na Rua Sabiá Laranjeira, em Hortolândia, há cerca de dois meses, em uma casa alugada. Eriberto de Oliveira Lima é natural do estado do Acre e, segundo o ex-patrão, o empresário Isailton dos Santos Arruda, de 48 anos, ele era usuário de entorpecentes.
Lima trabalhava como gesseiro para Arruda, mas foi demitido após cometer diversas irregularidades, incluindo furtar comida dos colegas de trabalho, conforme relatado pelo empresário.
Os vizinhos suspeitam que o crime tenha ocorrido na sexta-feira, na frente dos filhos do casal. Naquele dia, Lima teria dito ao ex-patrão, Isailton dos Santos Arruda, que Vitória havia voltado para a casa dos pais e que ele estava levando as crianças para a casa da irmã dele.
O casal morava em um imóvel localizado duas casas abaixo da residência de Arruda. O empresário contou que, como seu escritório funcionava em um cômodo da casa onde o casal vivia, ele acabou mudando de endereço porque Lima começou a trabalhar com materiais recicláveis e estava levando muitas coisas para a casa. Havia alguns móveis lá, e Arruda pediu para um amigo buscar os objetos no sábado, quando não havia ninguém na residência. Esse amigo foi até o local, entrou na casa e viu Vitória deitada na cama. Ele então saiu e procurou Arruda, informando que não conseguiu pegar nada porque havia pessoas na casa.
O empresário relatou que não suspeitou de nada e na manhã do domingo foi surpreendido com a presença de várias viaturas da Polícia Militar na casa. "Foi uma surpresa. A gente pensou que a mulher estava dormindo", disse.
O corpo de Vitória estava sobre a cama. De acordo com Arruda, Lima teria procurado a polícia e se entregado, mas a PM informou que equipes foram ao endereço para checar informações de feminicídio e que ao chegar ao local o suspeito confessou o crime.
Além de desferir um taco de madeira na cabeça da mulher, ele também teria pisoteado o pescoço dela, quando a vítima caiu ao chão. Vizinhos não souberam dizer se as crianças estavam na casa no momento do crime, mas informaram que os filhos do casal teriam sido entregues pelo próprio pai a uma irmã dele.
Rafael Ferreira Quaresma, vigilante e residente há 31 anos na rua onde ocorreu o crime, contou que Vitória quase não deixava sua casa. Nas poucas vezes em que saía, sempre estava acompanhada pelo marido. Já Lima, conforme relatado por Quaresma, costumava sair com bastante frequência. O vigilante destacou que o casal tinha um histórico de brigas, mas a motivação do crime ainda é desconhecida, já que eles eram moradores recentes da região.
“Quando soubemos do ocorrido, foi um grande choque, pois nos preocupamos com as crianças, imaginando se estavam lá dentro”, completou o morador.