Tony Slattery, renomado ator e comediante britânico, faleceu na última terça-feira, aos 65 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Slattery, amplamente conhecido por sua participação no programa de improvisação "De Quem É a Linha, Afinal?", deixa um legado marcante no entretenimento. A notícia de sua morte foi anunciada por seu companheiro de longa data, Mark Michael Hutchinson, com quem ocorreu quatro décadas de vida. Em comunicado, Hutchinson expressou profunda tristeza pela perda do parceiro e ressaltou a importância de Tony como artista e ser humano.
A morte de Tony Slattery gerou uma onda de comoção nas redes sociais.
Tony Slattery iniciou sua jornada artística na prestigiosa Universidade de Cambridge, onde estudou e presidiu o famoso grupo de improvisação Cambridge Footlights. Durante esse período, ele dividiu o palco com grandes nomes da comédia britânica, como Emma Thompson, Stephen Fry e Hugh Laurie, que mais tarde se tornariam ícones do entretenimento mundial.
Ao longo de sua carreira, Slattery participou de produções memoráveis na televisão, no teatro e no cinema. No palco, recebeu uma indicação ao Prêmio Olivier em 1995 por sua atuação em “Neville's Island”. Também se destacou em “Privates On Parade”, onde deu vida ao excêntrico capitão Terri Dennis. No cinema, deixou sua marca em filmes como “The Crying Game” e “Peter's Friends”, este último ao lado de antigos colegas de Cambridge. Suas entrevistas artísticas o levaram também ao West End londrino, onde brilhou no musical “Radio Times”.
Apesar do sucesso, Tony Slattery lançou desafios pessoais profundos. Em meio à fama, contra o vício em cocaína e álcool, chegando a gastar cerca de 4 mil libras por semana com substância. O comediante revelou que esses hábitos autodestrutivos eram formas de lidar com traumas antigos. Em 2020, no documentário da BBC Two “Qual é o Problema com Tony Slattery?”, ele descobriu que houve vítima de abuso sexual por um padre aos oito anos. A produção também abordou suas batalhas com transtorno bipolar e dependência química, destacando sua coragem ao expor vulnerabilidades tão íntimas.
Além das dificuldades emocionais, Tony esperava problemas financeiros. Ele admitiu ter passado por falência devido ao que descreveu como “analfabetismo fiscal” e confiança equivocada em pessoas próximas.
Tony Slattery será lembrado como um artista completo, cuja genialidade e humor marcaram gerações. Sua última privacidade pública, cinco anos antes de sua morte, refletiu o espírito vibrante que o acompanhou durante toda a sua carreira. Ele apenas não contribuiu significativamente para o cenário da comédia britânica, mas também contribuiu com muitos com sua coragem em abordar temas como saúde mental e superação. Seu legado permanecerá vivo, tanto em suas performances quanto na memória de quem teve a obrigação de rir e se emocionar com sua arte.