Na manhã desta sexta-feira (7), o esporte brasileiro perdeu uma de suas figuras icônicas, André Felippe Falbo Ferreira, mais conhecido como Pampa. O ex-jogador de vôlei, que conquistou o ouro nas Olimpíadas de Barcelona em 1992, faleceu aos 59 anos. Pampa estava internado na UTI da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, desde abril, devido a complicações pulmonares causadas por uma reação à quimioterapia enquanto tratava um linfoma, um tipo de câncer no sistema linfático.

Natural de Recife, Pernambuco, Pampa iniciou sua carreira no voleibol ainda jovem. Seu apelido surgiu nos primeiros anos de sua trajetória esportiva, em referência à força de sua cortada, que era comparada ao coice de um cavalo pampa, uma raça tradicional no Brasil.

Essa potência no ataque fez de Pampa um jogador temido e respeitado nas quadras.

Pampa alcançou o auge de sua carreira ao integrar a seleção brasileira de vôlei que conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona em 1992. Este feito histórico marcou uma geração e colocou o Brasil no mapa mundial do voleibol. Além do ouro olímpico, Pampa também foi parte da equipe que venceu a Liga Mundial de Vôlei em 1993, consolidando ainda mais sua posição entre os grandes nomes do esporte.

Após se aposentar do voleibol, Pampa não se afastou do esporte. Ele decidiu canalizar sua experiência e paixão em prol da gestão esportiva e da política. Entre 2000 e 2022, Pampa trabalhou no Ministério do Esporte, onde contribuiu significativamente para o desenvolvimento de políticas esportivas no Brasil.

Sua atuação foi além da esfera federal; ele também ocupou cargos importantes nas secretarias de esportes de Suzano, em São Paulo, e de Campos, no Rio de Janeiro. No Estado de Pernambuco, sua terra natal, Pampa foi parte da Superintendência Estadual de Esportes, onde continuou a promover o voleibol e outros esportes.

A morte de Pampa deixou um grande vazio no esporte brasileiro. Colegas, amigos e fãs expressaram seu pesar nas redes sociais e em diversos meios de comunicação. Para muitos, Pampa não foi apenas um atleta excepcional, mas também uma inspiração e um líder que contribuiu de maneira significativa para o esporte no Brasil.

Bernardinho, outro ícone do voleibol brasileiro, lembrou de Pampa como "um guerreiro dentro e fora das quadras".

Ele destacou a determinação e a paixão de Pampa, que eram evidentes em sua abordagem ao esporte e à vida. "Pampa era uma pessoa que inspirava todos ao seu redor, sempre com um sorriso no rosto e uma palavra de incentivo", disse Bernardinho.

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) emitiu uma nota oficial lamentando a perda e destacando as contribuições de Pampa ao voleibol brasileiro. "Pampa foi um verdadeiro campeão, não apenas pelas medalhas que conquistou, mas pela pessoa que era e pelo legado que deixou no esporte e na vida pública", diz a nota.

O velório e o sepultamento de Pampa estão sendo organizados para permitir que familiares, amigos e fãs possam prestar suas últimas homenagens. A família agradeceu pelas mensagens de apoio e pelas homenagens que têm sido prestadas ao ex-jogador.

Eles pediram que, em vez de flores, as pessoas façam doações a instituições de combate ao câncer, em memória de Pampa.

A luta de Pampa contra o linfoma e as complicações que enfrentou durante o tratamento são um lembrete doloroso da fragilidade da vida e da importância da saúde. Mesmo os mais fortes e determinados podem ser surpreendidos por problemas de saúde graves. A história de Pampa também destaca a importância de investimentos em saúde, pesquisa e tratamento de doenças como o câncer, que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.

Pampa será lembrado não apenas por suas conquistas esportivas, mas também por sua dedicação ao desenvolvimento do esporte no Brasil e por sua luta corajosa contra o câncer. Seu legado vive nos corações de todos que o conheceram e admiraram. A vida de Pampa é uma inspiração para futuras gerações de atletas e gestores esportivos, mostrando que com paixão, determinação e espírito de luta, é possível deixar uma marca duradoura no mundo.