A socialite residente em Paris foi julgada e considerada culpada por ter feito comentários racistas dirigidos a Titi Ewbank-Gagliasso, que na época contava com apenas quatro anos.
Após sete anos de disputas judiciais iniciadas pelos pais da criança, Day McCarthy recebeu uma pena de oito anos e nove meses de prisão em regime fechado.
Apesar da condenação, McCarthy continua vivendo livre em Paris e declarou à imprensa internacional que não pretende se entregar à Justiça do Brasil. Em uma entrevista, ela expressou sua resistência em se apresentar às autoridades brasileiras e criticou o sistema judiciário do país: "Falo o que está na minha mente.
Embora tenha feito várias declarações racistas contra Chissomo Ewbank-Gagliasso, conhecida como Titi, que tinha pouco mais de quatro anos na época, McCarthy alegou "compreender a gravidade de suas palavras". Ela também compartilhou suas próprias experiências de bullying na infância: "Me falavam essas coisas quando eu era criança. Sofri bullying por ser gorda, porque era filha de um homem preto e porque vim de um lugar pobre", explicou.
O caso remonta a 2017, quando McCarthy publicou um vídeo nas redes sociais ofendendo a aparência de Titi com termos racistas. Naquele momento, a menina acabara de ser adotada por Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, que imediatamente denunciaram o caso às autoridades.
Sete anos após o início da luta judicial dos pais de Titi, o processo culminou em um marco histórico no sistema penal brasileiro: McCarthy foi condenada à maior pena já aplicada em um caso de racismo no país. A sentença impôs a ela oito anos e nove meses em regime fechado, com a obrigação de retornar ao Brasil para cumprir a pena; caso contrário, poderia enfrentar um processo de extradição.
Os pais de Chissomo celebraram essa decisão significativa: "Essa é a primeira vez que, em resposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa à prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico. O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo sua redução. E assim esperamos e seguiremos confiantes na justiça, pois há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade."