No domingo, 29 de dezembro, dois dispositivos cruciais, conhecidos como caixas-pretas, foram localizados nos destroços de um Boeing 737-800 que explodiu em um aeroporto internacional da Coreia do Sul. A tragédia deixou o país em choque e trouxe à tona discussões sobre segurança aérea e prevenção de acidentes. Autoridades locais confirmaram que o acidente ocorreu durante um pouso de emergência, levando a uma das maiores perdas humanas em um desastre aéreo na região.
Segundo relatos das autoridades, o desastre foi provocado por uma colisão com aves, o que teria comprometido o funcionamento da aeronave. Entre os 181 ocupantes a bordo, 179 pessoas perderam a vida, deixando apenas dois sobreviventes. O vice-ministro dos Transportes, Joo Jong Wan, afirmou que detalhes adicionais estão sendo analisados e destacou a importância dos dispositivos recuperados – o CVR (gravador de voz do cockpit) e o FDR (gravador de dados de voo) – para compreender melhor o que aconteceu nos momentos finais do voo.
Os dois sobreviventes foram resgatados dos destroços da aeronave, que pegou fogo após colidir contra um muro durante a manobra de emergência. Entre os passageiros, estavam 175 viajantes e seis tripulantes. Apesar do rápido acionamento das equipes de resgate, a intensidade do acidente deixou a aeronave praticamente destruída, com apenas a cauda ainda visível. Os resgatistas também relataram encontrar bagagens e assentos espalhados pela pista, o que reflete a violência do impacto.
O acidente ocorreu às 09h03 no horário local, ou 21h03 no horário de Brasília, pouco tempo após a aeronave ter decolado. De acordo com o Ministério dos Territórios, a torre de controle foi alertada sobre a colisão com aves e, momentos antes de atingir o muro, o piloto emitiu um aviso de emergência.
Imagens capturadas pela mídia local mostraram o momento em que a aeronave começou a soltar fumaça antes de ser tomada pelo fogo. Especialistas sugeriram que um possível problema no trem de pouso também pode ter agravado a situação. Este cenário levanta questões sobre a inspeção e manutenção das aeronaves. Familiares das vítimas enfrentaram momentos de desespero no terminal do aeroporto, onde buscavam informações sobre seus entes queridos. Em um painel, os nomes, nacionalidades e datas de nascimento dos passageiros eram exibidos, intensificando a dor dos presentes.
A Jeju Air, companhia aérea responsável pelo voo, emitiu um pedido público de desculpas e anunciou que colaborará ativamente com as autoridades durante a investigação. A Boeing, fabricante do avião, também ofereceu suporte técnico para esclarecer as circunstâncias do acidente. Este não é o primeiro caso de uma colisão com aves provocar um desastre aéreo, mas a magnitude desta tragédia chamou atenção internacional. Para muitos, o episódio evoca memórias do “Milagre do Hudson”, em 2009, quando um Airbus A320 pousou com segurança no rio Hudson após um incidente semelhante, mas sem deixar vítimas fatais.
Colisões com aves representam um risco constante para a aviação, especialmente durante decolagens e pousos. Essas situações podem causar falhas graves nos motores, como parece ter sido o caso neste incidente.