O cenário político brasileiro nas eleições municipais deste ano tem mostrado uma vantagem dos candidatos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em relação aos aliados de Luiz Inácio Lula da Silva. Um levantamento divulgado pela nesta segunda-feira, 30 de setembro, revela que há mais candidatos com o apoio de Bolsonaro liderando as pesquisas para prefeituras nas maiores cidades do Brasil, quando comparados aos candidatos aliados de Lula. O estudo aponta que, apesar de serem figuras centrais no debate político nacional, a influência de ambos os ex-presidentes pode não ser tão determinante quanto se esperava para as eleições municipais de 2024.

A pesquisa abrange os 103 maiores municípios do Brasil, cidades com mais de 200 mil habitantes onde, em geral, o segundo turno é obrigatório.

Nesse contexto, 23 candidatos apoiados por Bolsonaro estão liderando as pesquisas de intenção de voto. Desses, 11 aparecem isolados no topo, sem empates com outros concorrentes. Já entre os candidatos apoiados por Lula, são 16 liderando as pesquisas, com apenas cinco deles em situação isolada. Esses números indicam que o grupo de candidatos de Bolsonaro tem maior presença nas disputas eleitorais, especialmente em grandes centros urbanos, onde o apoio do ex-presidente parece ter maior ressonância.

O dado se torna ainda mais interessante quando se considera o número de aliados que cada ex-presidente tem disputando as eleições nesses grandes municípios. Lula possui 81 candidatos concorrendo nessas 103 cidades, enquanto Bolsonaro apoia apenas 64 candidatos.

Mesmo com um número menor de aliados, os candidatos bolsonaristas têm conseguido mais destaque nas pesquisas de intenção de voto. Isso sugere que, embora Lula tenha uma base política ampla, o apoio de Bolsonaro, mesmo a menos candidatos, parece estar gerando maior impacto nas lideranças das pesquisas.

Além disso, Bolsonaro tem mostrado força nas capitais brasileiras. Segundo o levantamento, em oito das 26 capitais, os candidatos apoiados por Bolsonaro lideram as pesquisas. Esse dado é relevante, pois as capitais concentram grande parte do eleitorado e têm importância estratégica em eleições nacionais. A força de Bolsonaro nessas cidades indica que, apesar de ter saído do cenário político formal ao final de seu mandato, ele ainda exerce uma influência significativa sobre os eleitores, especialmente nos grandes centros urbanos.

Por outro lado, o apoio de Lula parece estar sendo tratado com mais cautela por alguns candidatos. De acordo com a , em várias capitais, candidatos que contam com o apoio do ex-presidente petista têm adotado uma estratégia de "esconder" essa aliança. Esse comportamento seria motivado pelo receio de que a rejeição a Lula, presente em uma parcela do eleitorado, possa prejudicar suas campanhas. A tentativa de dissociar suas imagens da do ex-presidente reflete a polarização política do Brasil e o desafio de equilibrar o apoio de uma figura nacional forte com as dinâmicas locais de rejeição e aceitação do eleitorado.

O resultado desse levantamento também sugere que a popularidade de Bolsonaro pode estar menos associada à sua figura como ex-presidente e mais relacionada a pautas que continuam a ressoar com uma parte significativa do eleitorado.

Seu discurso focado em valores conservadores, segurança pública e questões econômicas pode estar atraindo eleitores em grandes cidades, onde esses temas são particularmente sensíveis. Além disso, a narrativa de oposição ao governo Lula, mesmo após a eleição de 2022, parece continuar mobilizando uma base de apoio fiel e engajada.

Em resumo, os números revelados pela destacam que, apesar de ambos os ex-presidentes serem cabos eleitorais importantes, o impacto de suas influências pode variar de acordo com o contexto local e a dinâmica das campanhas. Bolsonaro, com um número menor de aliados concorrendo, tem mostrado força nas pesquisas e continua sendo um ator relevante no cenário político brasileiro, especialmente em cidades grandes e capitais.

Por outro lado, os aliados de Lula enfrentam o desafio de capitalizar o apoio do ex-presidente sem sofrer os efeitos da rejeição que ele ainda enfrenta em algumas partes do eleitorado. Essas nuances mostram que as eleições municipais de 2024 serão complexas e continuarão refletindo a polarização política do Brasil.