O jornalismo brasileiro perdeu uma de suas vozes mais atentas e comprometidas. Cleide Silva, repórter especial de , faleceu deixando para trás um legado de investigação, sensibilidade e dedicação à notícia. Desde os anos 90, quando iniciou sua trajetória no jornal, ela se destacou por uma percepção singular dos fatos nacionais, tratando cada pauta com profundidade e humanidade.

Ao longo de sua carreira, Cleide ocupou diferentes funções dentro do , sendo editora do site do jornal por oito anos e coordenadora de economia. Como repórter investigativa, esteve na linha de frente de alguns dos casos mais impactantes do país, incluindo a cobertura da Operação Lava Jato, que revelou esquemas de corrupção envolvendo políticos e grandes empresas brasileiras.

Uma voz pela justiça e pelos direitos humanos

Mas o jornalismo de Cleide não se restringia apenas à economia e à política. Seu olhar atento para questões sociais a levou a cobrir temas como direitos humanos e meio ambiente. Seu compromisso com a verdade e sua habilidade de dar voz a quem muitas vezes não tem espaço na mídia foram marcas registradas de sua atuação.

Nos últimos anos, destacou-se na cobertura de questões ambientais, denunciando desmatamentos ilegais e os impactos das mudanças climáticas. Sua abordagem equilibrada e baseada em fatos a tornou respeitada tanto por especialistas quanto por leitores que confiavam em sua apuração criteriosa.

A educação como ferramenta de transformação

A última reportagem assinada por Cleide, publicada nesta semana, trouxe uma reflexão sobre o poder da educação na ressocialização de ex-detentos. O texto abordou histórias de homens e mulheres que encontraram na sala de aula um caminho para reconstruir suas vidas, mostrando como o ensino pode ser um motor de renovação e novas perspectivas.

A reportagem é um reflexo fiel do jornalismo que Cleide praticava: comprometido com a realidade, humano e transformador. Ao longo de sua carreira, sua preocupação em retratar histórias que fizessem diferença na sociedade era evidente. Seu olhar crítico e sua abordagem sensível eram diferenciais em um meio que muitas vezes se perde no imediatismo das notícias.

Uma jornalista premiada e admirada

O talento de Cleide foi reconhecido em diversas premiações, que destacaram sua excelência na apuração e sua capacidade de traduzir temas complexos de maneira acessível ao público. No meio jornalístico, era conhecida não apenas pela qualidade de seu trabalho, mas também por sua generosidade.

Colegas de redação lembram dela como uma profissional sempre disposta a ajudar, compartilhar conhecimento e incentivar jovens jornalistas. Seu legado vai muito além das reportagens que escreveu: ele está presente em todos aqueles que tiveram o privilégio de aprender com ela.

Uma perda irreparável, um legado eterno

O jornalismo brasileiro perde uma grande profissional, mas seu impacto continuará ecoando. Em tempos de desinformação e superficialidade, o compromisso de Cleide com a verdade e com a qualidade do jornalismo serve de inspiração para as gerações futuras.

Seu trabalho segue vivo nas matérias que escreveu, nas histórias que contou e na marca que deixou no e no jornalismo nacional. Cleide Silva partiu, mas sua voz segue ressoando nas palavras que escreveu e na memória daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la e aprender com sua paixão pela notícia.