O último domingo (18) ficará marcado na memória de milhões de brasileiros como o dia em que nos despedimos do maior comunicador da história da TV brasileira, Senor Abravanel, mundialmente conhecido como Silvio Santos. Com uma trajetória que atravessou gerações e conquistou um lugar especial no coração de cada espectador, Silvio nos deixou aos 93 anos, após enfrentar uma batalha contra uma grave enfermidade. A notícia de sua partida pegou muitos de surpresa, e o Brasil parou para prestar suas últimas homenagens.
O sepultamento ocorreu em São Paulo, no Cemitério Israelita do Butantã, seguindo os ritos judaicos, tradição religiosa que Silvio seguia fielmente até seus últimos dias.
Segundo Elaine, a atmosfera da cerimônia era surreal, como se todos estivessem vivendo uma cena de filme, incapazes de assimilar completamente a realidade da situação. “Parece que estava vivendo um filme, não parecia a realidade. No momento da cerimônia, eles falam para algumas pessoas jogarem com a pá um pouquinho da terra”, relatou ela, destacando o momento em que foi convidada a participar de um dos rituais mais emocionantes do sepultamento.
Elaine descreveu como o momento de jogar terra sobre o caixão de Silvio foi um dos mais emocionantes de sua vida. Para ela, a despedida não era apenas um adeus a um ícone da televisão, mas a alguém que, de alguma forma, sempre fez parte de sua história pessoal e profissional. A atriz lembrou com carinho do papel fundamental que Silvio teve em sua carreira, mencionando como ele foi um mentor e um exemplo de determinação e generosidade no meio artístico.
O marido de Elaine, César Filho, também esteve presente e participou do ritual, o que, segundo a atriz, foi uma experiência profundamente comovente para ele. “César também jogou terra sobre o corpo de Silvio, assim como o Carlos Alberto de Nóbrega, que estava visivelmente emocionado”, relatou.
Durante a cerimônia, o silêncio era cortado apenas pelos soluços dos presentes e pelas preces murmuradas, criando um ambiente de reflexão e reverência. A simplicidade do ritual judaico, sem grandes ostentações ou discursos elaborados, refletia a própria essência de Silvio Santos, um homem que, apesar de toda a sua grandiosidade e sucesso, sempre prezou pela humildade e pelo contato direto com as pessoas.
Elaine ressaltou que, embora o clima fosse de tristeza, também havia um sentimento de gratidão e celebração pela vida de Silvio. “Nós estávamos lá para agradecer por tudo o que ele fez por todos nós, por sua contribuição inigualável à cultura e ao entretenimento no Brasil”, comentou, emocionada.
A despedida de Silvio Santos não foi apenas um momento de dor, mas também de reflexão sobre o impacto que ele teve na vida de tantas pessoas. Para Elaine Mickely, a cerimônia foi uma experiência transformadora, um lembrete da fragilidade da vida e da importância de valorizar cada momento. “Estar ali, ao lado de pessoas que também amavam e admiravam Silvio, foi um privilégio. Todos nós compartilhávamos um sentimento comum de perda, mas também de imensa gratidão”, disse ela.
O sepultamento de Silvio Santos marca o fim de uma era na televisão brasileira, mas seu legado continua vivo em cada programa de TV, em cada risada proporcionada por seus shows e em cada coração que ele tocou ao longo de suas mais de seis décadas de carreira.
Para aqueles que não puderam estar presentes, as palavras de Elaine Mickely oferecem um vislumbre do que foi essa despedida íntima e repleta de significados. A atriz, assim como todos os que estiveram no cemitério naquele domingo, leva consigo não apenas a lembrança de uma despedida, mas o ensinamento de uma vida dedicada ao amor ao próximo e à arte de comunicar. Silvio Santos partiu, mas o mito permanece, eternizado na memória coletiva de um país que ele ajudou a construir com seu carisma inigualável e sua dedicação incansável ao entretenimento.