Disputa milionária: investidor acusa Ana Castela de afastamento ilegal e luta por direitos na Justiça
A carreira de Ana Castela, um dos maiores nomes do sertanejo atual, está no centro de uma batalha judicial milionária envolvendo o investidor Agesner Monteiro. A disputa, que pode ultrapassar a marca de R$ 150 milhões, expõe os bastidores conturbados da trajetória de sucesso da cantora conhecida como "Boiadeira".
Monteiro, que detém 20% de participação contratual nos lucros da carreira de Ana, acusa a cantora e seus sócios, Rodolfo Alessi e Raphael Soares, de afastá-lo ilegalmente das receitas provenientes de shows, royalties e contratos publicitários. A polêmica gira em torno de um contrato assinado antes da explosão do artista no cenário musical, em um período em que ela ainda era menor de idade.
O investidor alega que foi excluído das participações financeiras de forma unilateral em outubro de 2022, poucos meses depois de Ana Castela alcançar projeção nacional com sucessos como e . Monteiro afirma que o contrato firmado entre ele, a cantora, seus pais e os empresários Rodolfo e Raphael ainda seria válido até 2027.
De acordo com Agesner, os lucros provenientes de seu investimento foram usurpados de maneira “desonesta, criminosa e imoral”. Ele destaca que seus esportes financeiros, incluindo a produção de músicas que alavancaram a carreira do artista, como e , foram fundamentais para consolidar o sucesso da sertaneja.
No entanto, Ana Castela contesta essas discussões e levou o caso para a Justiça.
A cantora argumenta que o contrato com Agesner Monteiro foi encerrado em 2022, antes mesmo de sua ascensão meteórica. Ela afirma que o documento foi assinado sob pressão, quando ainda era menor de idade, e que não teve oportunidade de revisá-lo ou compreender completamente seus termos.
Além disso, a sertaneja acusa o investidor de não ter cumprido integralmente o que foi acordado. Segundo ela, Monteiro investiu apenas R$ 20 mil, em vez dos R$ 100 mil estipulados no contrato. Ana argumenta que o contrato firmado entre as partes era desequilibrado e prejudicial, beneficiando exclusivamente o investidor enquanto ele trabalhava intensamente para sustentar sua carreira.
Após encerrar a relação com Monteiro, Ana celebrou um novo contrato com Rodolfo e Raphael, seus sócios atuais, e iniciou uma sociedade que gerencia sua carreira de maneira independente.
A disputa ganhou novos contornos quando Monteiro entrou com uma ação de prestação de contas contra Ana Castela e seus sócios, exigindo esclarecimentos financeiros e sua reintegração aos lucros da carreira da cantora. Em resposta, o artista ajuizou uma ação declaratória para anular o contrato com o investidor, alegando que ele foi assinado de maneira irregular.
Na ação, Ana questionou até mesmo se seus pais realmente concordaram com o contrato, como Monteiro alega. Ela afirma que a única cópia do documento que possui sem assinaturas e que foi pressionada a firmar o termo às pressas.
Enquanto isso, Agesner Monteiro solicita à Justiça a produção de provas documentais e orais, além de uma perícia para calcular os lucros futuros da carreira de Ana Castela, que ela acredita ter direito de receber como retorno de seus investimentos.
Além da disputa financeira, o investidor acusa Ana Castela, seus pais e os empresários Rodolfo e Raphael de praticarem crimes como lavagem de dinheiro, estelionato e organização criminosa. A denúncia foi encaminhada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC-SP), que apura as discussões de criação de empresas para desviar recursos de maneira ilícita.
Monteiro também questionou a atuação do advogado de defesa de Ana, que seria irmão do juiz inicialmente responsável pelo caso, levantando suspeitas de interferência na imparcialidade do processo.
A Justiça decidiu que a ação movida por Ana Castela para declarar a nulidade do contrato será comprovada antes do processo de prestação de contas solicitadas por Monteiro.
Embora Ana Castela continue colhendo os frutos de seu sucesso, a batalha judicial coloca em evidência os desafios enfrentados por artistas em ascensão, que muitas vezes firmam contratos desfavoráveis em troca de investimentos iniciais.
A disputa com Monteiro, que já expôs documentos, mensagens e projeções financeiras para sustentar suas acusações, também acendeu o debate sobre a importância de revisar contratos e buscar orientação legal antes de discutir qualquer acordo.
Enquanto a Justiça não dá a palavra final, Ana Castela segue nos holofotes não apenas por sua música, mas também por um embate jurídico que pode redefinir os rumores de sua carreira e as relações entre artistas e investidores no mercado musical brasileiro.