Bolsonaro cogita Michelle como candidata em 2026 e avalia cenário político
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a movimentar o cenário político ao admitir, em entrevista à CNN, a possibilidade de sua esposa, Michelle Bolsonaro, disputar a Presidência da República em 2026. Além disso, ele não descartou a possibilidade de assumir um cargo de destaque, como o Ministério da Casa Civil, caso Michelle vença o pleito.
Bolsonaro mencionou pesquisas que indicam um crescimento na popularidade da ex-primeira-dama e acredita que sua recente visibilidade internacional pode fortalecer ainda mais sua imagem. “Vi na pesquisa do Paraná Pesquisas que ela está na margem de erro do Lula. Esse evento lá fora vai dar uma popularidade enorme para ela. Não tenho problemas, seria também um bom nome com chances de chegar.
Na mesma entrevista, Bolsonaro também avaliou outros possíveis candidatos da direita. Entre eles, destacou seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como um nome preparado e com grande capacidade de articulação política.
Outro nome mencionado foi o do cantor sertanejo Gusttavo Lima, que já demonstrou interesse em ingressar na política. Bolsonaro, no entanto, sugeriu que o artista dispute o Senado antes de almejar a Presidência. “Ele tem idade e popularidade, mas, o resto, a gente não conhece. É um excelente nome para o Senado, mas, para a presidência, não sei se está maduro ainda”, disse.
Apesar de seu desejo de retornar ao Palácio do Planalto, Bolsonaro reforçou que está inelegível até 2030, o que abre espaço para novos nomes dentro da direita. Ele alertou que, sem sua participação, a eleição de 2026 pode se assemelhar ao cenário venezuelano. “Sem a minha presença, é uma eleição parecida com a da Venezuela, onde a María Corina [Machado] e o [Henrique] Capriles foram tornados inelegíveis por 15 anos”, criticou.
Sobre possíveis candidatos dentro da direita, ele citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). Tarcísio foi elogiado por sua gestão, mas Bolsonaro ressaltou que ele precisa entender se está “maduro para representar a direita”.
Bolsonaro também comentou a investigação da Polícia Federal que revelou um suposto plano, chamado “Punhal Verde e Amarelo”, para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O plano teria sido elaborado pelo general Mario Fernandes, ex-assessor da Presidência.
O ex-presidente negou qualquer envolvimento e questionou a viabilidade do suposto atentado. “Quem porventura escreveu isso aí, que se responsabilize. Isso está na conta do General Mario. Os caras vivem com N seguranças, era um clima impossível”, declarou.
Além disso, voltou a defender a aprovação do PL da Anistia, que perdoaria os condenados pelos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro comparou a situação do Brasil com a dos Estados Unidos, onde Donald Trump perdoou manifestantes envolvidos na invasão do Capitólio em 2021. “Aqui, eu espero que não precise chegar um presidente de direita para fazer isso, que o Congresso resolva esse problema agora”, afirmou.
Na semana passada, Bolsonaro teve o pedido de devolução de seu passaporte negado pelo ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente desejava viajar para os Estados Unidos para acompanhar a posse de Donald Trump, mas o magistrado argumentou que havia risco de fuga.
Apesar disso, Bolsonaro negou qualquer intenção de deixar o Brasil.
O ex-presidente lamentou não ter comparecido à posse de Trump e destacou sua boa relação com o ex-presidente norte-americano. “Conversamos muito particularmente. Uma das conversas mais acaloradas foi sobre como resolver a questão da Venezuela. Torci muito pela eleição dele”, afirmou.
Bolsonaro também celebrou o alinhamento entre Trump e grandes CEOs de empresas de tecnologia, como Elon Musk (X), Mark Zuckerberg (Meta) e Jeff Bezos (Amazon). Para ele, a aproximação é um sinal positivo para a liberdade de expressão. “Tanto é verdade que os grandes CEOs das big techs estão alinhados com ele.
Com Bolsonaro inelegível e nomes emergentes na direita, o cenário político para 2026 ainda está indefinido. Se Michelle Bolsonaro realmente entrar na disputa, terá que consolidar sua base e conquistar eleitores além dos apoiadores do marido. Ao mesmo tempo, outros políticos e figuras populares avaliam a possibilidade de representar o segmento conservador nas próximas eleições. O futuro da direita brasileira segue incerto, mas com movimentações cada vez mais intensas.