A dentista e pastora Andreza Kelly Coutinho, de 45 anos, teve uma morte trágica em um assalto ocorrido em Belém, no Pará. Durante o incidente, Andreza foi arrastada pelo próprio carro ao tentar impedir que os assaltantes fugissem, acreditando que sua filha ainda estava no veículo. Ao se pendurar na porta do carro, ela acabou caindo e batendo a cabeça, o que resultou em sua morte. O ocorrido deixou sua família em estado de choque, devastada pela perda repentina e violenta.

O assalto aconteceu na manhã de sábado, por volta das 7h30, na Vila Aleixo, localizada no bairro da Pedreira. Naquele momento, Andreza havia acabado de sair de casa com a filha, Beatriz, de 15 anos, para levá-la a um simulado escolar. No entanto, ela voltou para casa após perceber que havia esquecido alguns itens essenciais, como sua Bíblia e um caderno de anotações.

Foi durante essa breve parada que os criminosos aproveitaram a oportunidade para invadir a casa.

Segundo Ângela Coutinho, irmã da vítima e psicóloga, Andreza e sua mãe foram surpreendidas pelos assaltantes, que invadiram a residência de forma violenta, já agredindo as duas mulheres. Mesmo diante da ameaça, Andreza resistiu em entregar a chave do carro, enquanto gritava para que sua filha fugisse. Em pânico, a adolescente correu em direção ao final da vila, pedindo por ajuda, enquanto a mãe lutava com os criminosos para proteger a família e os pertences.

Os assaltantes roubaram diversos itens pessoais, como celulares, notebooks e documentos, antes de pegar as chaves do carro de Andreza para usar na fuga. Em um ato desesperado, ela se agarrou à porta do veículo na tentativa de impedir a fuga dos criminosos, acreditando que sua filha ainda estava dentro do carro.

Durante a manobra dos assaltantes para sair com o carro, eles derrubaram um poste, fazendo com que Andreza caísse, mas ela ainda conseguiu se levantar. Na segunda tentativa de fuga, no entanto, o corpo de Andreza ficou preso entre o portão da vila e o veículo, o que causou o impacto fatal em sua cabeça.

Ângela Coutinho, muito abalada, relatou que a atitude heroica de sua irmã foi motivada pelo instinto materno. No momento de desespero, Andreza acreditava que sua filha ainda estava no carro e agiu impulsivamente para tentar salvá-la, sem perceber que Beatriz já havia conseguido fugir. "Ela morreu tentando proteger sua filha", afirmou Ângela, destacando a bravura de Andreza, que lutou até o último momento pela segurança de sua família.

O crime abalou profundamente a família de Andreza.

Ângela relatou que todos estão em estado de choque, especialmente a filha, Beatriz, que não conseguiu comparecer ao velório devido ao trauma. A jovem está recebendo atendimento médico e psicológico para lidar com a situação. A família agora se concentra em amparar Beatriz e ajudá-la a superar esse momento difícil, buscando evitar que a adolescente desenvolva sentimentos de culpa pelo ocorrido.

Além da dor e da indignação, a família de Andreza busca forças na fé para lidar com a perda. Apesar da trágica morte, eles estão em oração, pedindo por uma passagem tranquila para Andreza. Para eles, ela será sempre lembrada como uma guerreira que deu sua vida para proteger a filha em uma situação de extremo perigo. Agora, eles esperam que a justiça seja feita e que os responsáveis pelo crime sejam encontrados e punidos. A brutalidade do caso causou comoção na comunidade, que também está mobilizada em busca de respostas e justiça para Andreza e sua família.