Em novo trabalho na carreira como ator, Reynaldo Gianecchini publicou um vídeo em seu Instagram onde aparece dançando ao som de Vogue, da Madonna, durante um ensaio para interpretar Mitzi/Tick, uma das drag queens do musical Priscilla, Rainha do Deserto e deu o que falar na web.
Após assistir ao registro, Makayla Sabino, bailarina trans da cantora Iza, não se calou e detonou o vídeo em que o cantor aparece dançando.
Com longo desabafo publicado nos stories de seu Instagram, a dançarina expôs o seu ponto de vista e explicou o motivo de suas críticas aos seguidores.
O vídeo em que Gianecchini surge dançando em ensaio do trabalho causou revolta em Makayla Sabino, que não poupou críticas ao que viu.
“Fico chocado em ver a galera do mundo da dança incentivando algo que está errado”, disparou a bailarina, ao dar início a seu desabafo na web.
Makayla apontou que Reynaldo Gianecchini não estaria errado em querer aprender e estudar a dança, mas a forma como tudo aconteceu estaria errada.
A bailarina de Iza disse que “cultura ballroom”, expressada na dança do ator, foi criada para pessoas trans e pretas e detonou o conteúdo do vídeo.
“É muito ruim ver isso sendo compartilhado como forma positiva”, disparou ela.
Seguindo com as críticas, a dançarina falou sobre apropriação cultural e relatou que as pessoas estariam fazendo isso sem pagar nada.
Segundo ela, Madonna se apropriou da cultura e profissionais da dança estariam fazendo o mesmo, conforme aconteceu com quem ensinou Gianecchini os movimentos da dança.
“Parem de apoiar o que é errado. Parem de se apropriar do que não é de vocês”, detonou Makayla, revoltada com a situação.
Em meio à polêmica envolvendo o vídeo de Reynaldo Gianecchini dançando no ensaio para interpretar uma drag queen no musical Priscilla, Rainha do Deserto, surge a importante reflexão sobre a apropriação cultural e as nuances da arte.
É inegável que a dança e a cultura ballroom têm raízes profundas na comunidade LGBTQ+, especialmente nas pessoas trans e pretas, que historicamente foram marginalizadas e tiveram suas expressões culturais apropriadas e diluídas pela sociedade dominante.
Nesse contexto, a crítica contundente de Makayla Sabino não pode ser ignorada, pois levanta questões válidas sobre a responsabilidade e a ética na representação das minorias.
Ao discutir a apropriação cultural, é essencial reconhecer o poder das narrativas e das práticas artísticas como formas de resistência e reafirmação da identidade.
Quando artistas privilegiados se apropriam de elementos culturais de comunidades historicamente oprimidas sem reconhecer a origem e o significado dessas expressões, perpetuam um ciclo de desigualdade e apropriação.
Devemos sempre refletir sobre nossas ações e as mensagens que transmitem, especialmente quando lidamos com questões sensíveis como identidade, gênero e etnia.
A arte tem o poder de transcender fronteiras e unir pessoas, mas também carrega consigo a responsabilidade de respeitar e valorizar a diversidade e as experiências de cada indivíduo.
Portanto, é fundamental que, ao abordar temas controversos e complexos como a apropriação cultural, estejamos dispostos a ouvir e aprender com as vozes que tradicionalmente foram silenciadas.
Somente assim poderemos promover uma cultura mais inclusiva, empática e respeitosa para todos.
Vamos dançar juntos, com respeito e empatia, celebrando a diversidade que enriquece nosso mundo.