Em um comício realizado no centro de Londrina no último sábado (31), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um apelo aos eleitores para que utilizem a razão ao votar nas eleições de 2024, defendendo que os brasileiros escolham representantes da direita com base em critérios racionais, e não emocionais. Durante o evento, Bolsonaro não poupou críticas ao governo do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), referindo-se a ele de maneira pejorativa e expressando sua insatisfação com a suspensão da rede social X no Brasil.
Bolsonaro destacou, com ênfase, o recente bloqueio da plataforma X (antiga Twitter), usando o episódio para acusar seus opositores de serem os verdadeiros responsáveis por tentativas de instaurar uma ditadura no país. Segundo ele, aqueles que o acusaram de autoritarismo no passado agora comemoram ações que, na visão do ex-presidente, ameaçam a liberdade de expressão e o direito dos brasileiros de se manifestarem livremente.
O comício em Londrina encerrou uma série de visitas de Bolsonaro pelo estado do Paraná, onde passou por diversas cidades, incluindo Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon e Assis Chateaubriand no oeste; Umuarama, Campo Mourão, Cianorte e Maringá no noroeste; além de Arapongas e Londrina, localizadas ao norte do estado. Em cada parada, o ex-presidente reafirmou seu compromisso com a defesa de valores conservadores e criticou duramente as políticas do governo atual.
Durante seu discurso, que durou cerca de 30 minutos, Bolsonaro relembrou algumas das ações de seu governo, como as mudanças nas alíquotas do ICMS sobre os combustíveis. Ele argumentou que essas alterações foram benéficas para a população, alegando que a medida acabou com o que chamou de "farra do ICMS" em estados como o Rio de Janeiro, onde, segundo ele, mais de 30% do preço da gasolina era destinado ao governo estadual.
Bolsonaro também abordou questões relacionadas à família e à educação, apontando para as crianças presentes no evento como símbolo da luta contra a ideologia de gênero. Ele criticou um decreto assinado por Lula em 2009, que, segundo ele, teria introduzido a ideologia de gênero no Brasil, uma ação que o ex-presidente vê como uma tentativa de destruir os valores tradicionais da família brasileira.
Ainda referindo-se ao decreto de 2009, Bolsonaro classificou o presidente Lula como responsável pela implementação de políticas que ele considera prejudiciais ao desenvolvimento das crianças no país. Ele destacou que entre os 180 itens do decreto, dois merecem especial atenção: a desconstrução da heteronormatividade e a criação da ideologia de gênero.
Por fim, Bolsonaro confirmou sua participação em um evento marcado para o dia 7 de setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, insistindo que o evento não terá caráter político-partidário. No entanto, o ex-presidente usou a ocasião para criticar o tratamento dado aos presos pelas manifestações de 8 de janeiro de 2023, referindo-se a esses manifestantes como "órfãos de pais e mães vivos", numa clara alusão ao que considera uma injustiça cometida contra seus apoiadores, em contraste com o tratamento dispensado, segundo ele, a criminosos de maior periculosidade que não foram devidamente punidos.