Em um evento de alto impacto que reuniu lideranças da direita mundial, Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, anunciou planos de pedir ações contra o Brasil. O motivo? A ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro na posse do republicano, que ocorreu na última segunda-feira (20). O evento contou com a presença de figuras proeminentes, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente brasileiro e um dos principais aliados de Bannon no país.
O anúncio de Bannon foi feito de forma muito enérgica, gerando repercussões internacionais e colocando novamente o Brasil no centro do debate político global. Segundo ele, uma solicitação será encaminhada ao novo secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, com foco em medidas que restringem o acesso a figuras específicas do cenário político brasileiro, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ao território norte-americano.
Durante sua declaração, Bannon reafirmou o apoio incondicional do movimento Maga (“Make America Great Again”, ou “Faça a América Grande Novamente”) ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele enfatizou:
“Eu não falo pelo presidente Trump, mas as pessoas do movimento Maga amam Bolsonaro.”
A relação entre Bannon e Bolsonaro, assim como com seu círculo próximo, vem se fortalecendo ao longo dos anos. O ex-estrategista da Casa Branca tem limites estreitos com Eduardo Bolsonaro, a quem não poupou elogios durante o evento. Bannon chegou a prever um futuro promissório para o deputado federal, afirmando que ele será, em breve, Presidente da República. Esta declaração reflete a influência contínua do conservadorismo norte-americano sobre parte da política brasileira e o fortalecimento da parceria entre os dois movimentos de direita.
Entre as ações defendidas por Bannon, um dos alvos principais é o ministro Alexandre de Moraes, figura central em debates jurídicos recentes envolvendo Bolsonaro e seus aliados. O ex-estrategista deixou claro que buscará restrições à entrada de Moraes nos Estados Unidos, uma iniciativa que ecoa a retórica de setores conservadores no Brasil contra o Judiciário.
Bannon classificou Moraes como um obstáculo à soberania e à liberdade, pontos frequentemente levantados por ele e por outros membros do movimento Maga em críticas a governos e instituições que consideram autoritárias.
A parceria entre Steve Bannon e o clã Bolsonaro não é novidade.
Essa aproximação também reflete uma tentativa de ampliação da influência do movimento Maga para além das fronteiras norte-americanas. Bolsonaro e seu círculo político são vistos como aliados estratégicos na luta contra o que os conservadores definem como "globalismo", reforçando laços com figuras da direita europeia e outros líderes alinhados com essa visão.
O anúncio de Bannon chega em um momento delicado para as relações entre Brasil e Estados Unidos. A possibilidade de ações formais contra o país, especialmente envolvendo figuras do Judiciário, poderia gerar tensão diplomática e influenciar a percepção internacional do governo brasileiro. Além disso, o apoio declarado ao ex-presidente Jair Bolsonaro levanta questões sobre a interferência de movimentos políticos estrangeiros no cenário político interno do Brasil.
Por outro lado, a declaração também fortalece a narrativa da oposição conservadora brasileira, que frequentemente critica o STF e busca aliados internacionais para respaldar suas pautas. A mobilização de figuras como Bannon é vista por muitos como uma tentativa de internacionalizar as disputas políticas do Brasil, colocando o país no radar das grandes discussões geopolíticas.
Ainda não está claro como o governo dos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Joe Biden, reagirá às sugestões de Bannon. O foco nas ações contra o ministro Alexandre de Moraes, em particular, é uma novidade que pode desencadear discussões diplomáticas sensíveis. Marco Rubio, recém-empossado Secretário de Estado, terá um papel fundamental na condução do tema.
O evento, no entanto, deixa uma mensagem clara: a direita global, liderada por figuras como Steve Bannon, vê no Brasil um território estratégico para a expansão de suas ideias. E com aliados como Eduardo Bolsonaro, esse movimento continua ganhando força e visibilidade, enquanto os debates entre visões de mundo opostas se intensificam.
A relação entre Bannon, Bolsonaro e o movimento Maga é mais um capítulo de uma narrativa que mistura política, geopolítica e ideologia. O cenário segue em aberto, mas uma coisa é certa: os desdobramentos prometem gerar debates acalorados tanto no Brasil quanto no exterior.