O comerciante Pedro Romano, proprietário de um pequeno negócio no aeroporto de Ubatuba, apresentou sua comovente experiência em entrevista à Rádio Bandeirantes, ao relatar sua atuação no resgate de vítimas de um trágico acidente aéreo ocorrido na Praia do Cruzeiro. Romano foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local do acidente e desempenhou um papel essencial na retirada de quatro vítimas, sendo duas crianças e um casal. Sua narrativa emocionante destacou a intensidade e a agilidade permitida para salvar vidas em um cenário caótico e cheio de desespero.

Ao perceber o acidente, Pedro Romano não hesitou em agir. Correu até o local e, com rapidez, ajudou a retirar as crianças do interior da aeronave, usando a janela do avião como ponto de acesso.

As duas crianças, um menino e uma menina, estavam em estado de choque, mas conseguiram ser retiradas com segurança. Já os adultos, que também faziam parte da tripulação, conseguem sair pela porta lateral com a ajuda dos primeiros socorristas. Romano descreveu o momento como tenso e emocional, com a pressão de realizar o resgate rapidamente, antes que o pior acontecesse.

As imagens que circulam pela internet, feitas por moradores da área, mostram o momento exato em que a aeronave ultrapassou a pista de pouso, cruzou uma via movimentada e acabou explodindo ao atingir a areia da praia. Romano se registrou claramente do menino que ele carregou até a ambulância – o garoto, de camisa preta, parecia atordoado, mas se sentia seguro nos braços de Romano.

No entanto, o comerciante não escondeu a sua tristeza ao mencionar que não conseguiu alcançar a cabine do avião a tempo de salvar o piloto. Ele explicou que, após o impacto, a aeronave ficou de ponta-cabeça, com uma cabine parcialmente submersa na água, dificultando qualquer tentativa de resgate do ocupante.

Em seu relato, Pedro Romano relatou o difícil momento em que ajudamos, junto com outros voluntários, a resgatar o piloto. Mesmo com a água invadindo a cabine e o espaço limitado, ele e mais três pessoas improvisaram ferramentas a partir dos próprios destroços do avião. Contudo, a fumaça densa dentro da aeronave, além da água que subia rapidamente, dificultou ainda mais os esforços de resgate. “Se não fosse a água, talvez o piloto tivesse sido salvo”, disse Romano, ainda abalado pela lembrança da tragédia.

A luta para salvar o piloto foi em vão, e o comerciante não pôde deixar de lamentar a perda.

As condições climáticas naquele dia, com chuva constante e nuvens baixas, tornaram o resgate ainda mais desafiador. A visibilidade foi prejudicada e o terreno estava escorregadio, o que dificultou a movimentação dos socorristas e a retirada das vítimas. Durante o resgate, apenas um dos adultos estava consciente. As crianças, em estado de choque, precisaram de atendimento imediato, recepção de oxigênio assim que foram retiradas do avião. O cenário, portanto, foi de grande tensão, com a urgência sendo um fator essencial para garantir que as vítimas sobrevivessem ao acidente.

Quando a Polícia Militar chegou ao local, Pedro Romano e os outros voluntários já conseguiram retirar as principais vítimas do acidente.

Romano expressou um sentimento misto de rompimento e frustração: rompimento ao ver as crianças recebendo cuidados médicos, mas também frustração por não ter conseguido salvar o piloto. A dor pela perda do ocupante da obediência permanece com ele, já que ele sabe que tudo o que poderia fazer foi tentar, mas o tempo e as condições foram implacáveis.

Este trágico acidente em Ubatuba, embora doloroso, também revela a solidariedade humana e a importância da ação rápida em momentos de emergência. A história de Pedro Romano é um exemplo claro de como a coragem e a disposição de agir podem ser determinantes para salvar vidas, mesmo em meio ao caos. A tragédia continua repercutindo em todo o Brasil, levantando discussões sobre a segurança em aeroportos próximos a áreas urbanas e a necessidade de treinamentos adequados para situações de resgate.

Para os moradores de Ubatuba, o acidente foi um duro golpe, interrompendo a rotina pacata da cidade conhecida por suas praias paradisíacas. Contudo, ficou a conclusão de que, mesmo diante de situações extremas e imprevisíveis, a coragem e a união das pessoas podem fazer toda a diferença. A cidade agora carrega, além de suas belezas naturais, a marca indelével de um episódio que destacou a capacidade de agir em meio à adversidade. A memória do acidente e a história de Pedro Romano servirão como um lembrete do quão importante é estar preparado para agir, seja em emergências locais ou em situações inesperadas.