O brutal assassinato de Cláudia Regina da Rocha Lobo, secretária-executiva da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Bauru, chocou a cidade e desvendou uma complexa rede de corrupção dentro da entidade. O caso, que começou com o desaparecimento de Cláudia em 6 de agosto, revelou segredos perturbadores e colocou em evidência o presidente da Apae, Roberto Franceschetti Filho, como o principal suspeito. O mistério em torno do desaparecimento de Cláudia logo se transformou em um cenário sombrio de assassinato e malversação de recursos, deixando a comunidade de Bauru em estado de incredulidade.
A história começa com a última vez que Cláudia foi vista.
A complexidade do caso se intensificou quando surgiram suspeitas de que Cláudia e Roberto estariam envolvidos em um esquema de desvio de recursos da Apae. A Delegacia de Investigações Criminais (Deic) encontrou planilhas no notebook de Cláudia que indicavam transações financeiras suspeitas entre ela e Roberto.
As investigações também revelaram o papel de Dilomar Batista, uma peça-chave na tentativa de encobrir o crime. Dilomar confessou ter sido o responsável por queimar o corpo de Cláudia, afirmando que agiu sob ameaças de Roberto, que teria ameaçado sua família caso ele não colaborasse. Apesar da gravidade de sua participação, Dilomar foi indiciado por ocultação de cadáver, mas responde em liberdade, já que a Justiça negou seu pedido de prisão temporária.
A evidência mais contundente contra Roberto veio da análise forense da arma do crime e da geolocalização de seu celular. A arma usada para matar Cláudia foi identificada como uma pistola calibre 380, pertencente a Roberto, com a munição correspondente encontrada na cena do crime. Além disso, a localização do celular de Roberto o coloca diretamente no local onde o corpo de Cláudia foi encontrado, desmentindo sua versão inicial de que não havia estado com ela no dia do desaparecimento. Embora Roberto tenha inicialmente confessado o crime, indicando o local onde o corpo foi queimado, ele posteriormente recuou, negando envolvimento na morte de Cláudia.
A prisão temporária de Roberto aconteceu nove dias após o desaparecimento de Cláudia, depois que as imagens de segurança desmentiram sua tentativa de criar um álibi. A comunidade de Bauru, já abalada pelo desaparecimento de Cláudia, ficou ainda mais consternada ao descobrir que o presidente da Apae, uma entidade dedicada ao apoio de pessoas com deficiência, estava no centro de um escândalo tão perturbador. A quebra dos sigilos bancários e a análise dos celulares de Cláudia e Roberto são agora essenciais para a continuação das investigações, na esperança de esclarecer todos os detalhes do esquema de corrupção e entender os motivos exatos que levaram ao assassinato de Cláudia.
Enquanto as autoridades continuam a investigar, a tragédia que se abateu sobre a Apae de Bauru deixou um rastro de desconfiança e dor. A morte de Cláudia Regina da Rocha Lobo não é apenas um caso de assassinato; é um reflexo de como a corrupção e a ganância podem destruir vidas e devastar comunidades inteiras. O mistério em torno do desaparecimento de Cláudia foi desvendado, mas as feridas abertas por esse crime ainda estão longe de cicatrizar. A cidade de Bauru, outrora conhecida por sua tranquilidade, agora carrega o peso de uma história sombria que serve como um lembrete da fragilidade da confiança e da necessidade de justiça.
A prisão de Roberto Franceschetti Filho, enquanto temporária, oferece uma medida de alívio para aqueles que clamam por justiça, mas o caso está longe de ser concluído. A comunidade aguarda ansiosamente pelo desenrolar das investigações, na esperança de que todos os culpados sejam devidamente punidos e que a memória de Cláudia seja honrada com a verdade e a justiça que ela merece.