O influenciador Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, foi liberado da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) na noite desta quarta-feira (27). A soltura ocorreu após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder liberdade provisória ao humorista, enquanto aguarda o julgamento do mérito do habeas corpus solicitado por sua defesa.
"Deus é o maior, só isso que eu tenho pra dizer", afirmou Nego Di ao sair de penitenciária.
Ao deixar a penitenciária e entrar em um carro preto, o influenciador Nego Di retirou a camiseta que vestia, virou-a do avesso e a pendurou na janela do veículo, exibindo os dizeres: "Deus é o maior".
Réu por estelionato e lavagem de dinheiro, Nego Di estava em prisão preventiva desde julho. Ele e seu sócio, Anderson Boneti, são acusados de participar de um esquema envolvendo a venda de produtos que supostamente não foram entregues por uma loja virtual da qual seriam sócios (detalhes abaixo).
O ministro Reynaldo Soares da Fonseca, da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu a liberdade provisória ao influenciador, condicionada ao cumprimento de uma série de medidas cautelares.
Comparecer periodicamente em juízo para justificar atividadesProibição de mudar de endereço sem autorização judicialProibição de se ausentar da comarca sem prévia comunicaçãoProibição de frequentar/usar redes sociaisRecolhimento do passaporteA decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não estabeleceu uma data para que o recurso de habeas corpus seja analisado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).
Em sua decisão, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca destacou:
"No caso, os fatos denunciados datam do ano de 2022, a investigação foi concluída, a ação penal está em curso e os supostos crimes não envolveram violência ou grave ameaça.
Nego Di é acusado de 17 crimes de estelionato qualificado por fraude eletrônica. De acordo com o Tribunal de Justiça, ele e seu sócio, Anderson Boneti, teriam lesado mais de 370 pessoas através de vendas pelo site , entre 18 de março e 26 de julho de 2022.
A investigação da Polícia Civil aponta que, no período, contas bancárias associadas a Dilson movimentaram mais de R$ 5 milhões. Diversos clientes relataram ter adquirido produtos como televisores, celulares e eletrodomésticos na plataforma, mas não receberam os itens nem o reembolso do dinheiro.
Conforme a Polícia Civil, Nego Di teria utilizado sua imagem pública para ampliar o alcance dos anúncios do site, que atingiam usuários em todo o Brasil, resultando em supostas vítimas até fora do Rio Grande do Sul.