O corpo da estudante da UFSCar, Camila de Almeida Neves, de 24 anos, foi encontrado na tarde desta quarta-feira (8), após sete dias de buscas. Camila estava desaparecida desde o dia 2 de janeiro, quando foi vista pela última vez na Cachoeira do Santana, em São Carlos (SP).

Uma força-tarefa formada por bombeiros, policiais militares, guardas civis municipais (GCM) e voluntários realizou buscas pela jovem desde o dia de seu desaparecimento. O corpo de Camila foi encontrado na água, a aproximadamente 10 metros do local onde ela teria desaparecido.

Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros Fábio Rissato, o corpo estava enroscado em um tronco grande de árvore e não estava no fundo.

“Nós já tínhamos andado de 7 a 12 quilômetros distante de onde ela teria se afogado.

Então por volta da 13h, resolvemos fazer contato com a CPFL para segurar o fluxo da água para realizarmos uma última tentativa de mergulho mais fundo. E quando mergulhamos nós sentimos um pedaço de madeira e vimos que tinha alguma coisa ali. E em seguida vimos o corpo”, disse.

A Polícia Civil informou ter obtido acesso a um vídeo que mostra a jovem sendo arrastada pela correnteza, confirmando que ela se afogou. Segundo o delegado João Fernando Batista, "no aparelho há uma imagem que mostra claramente a vítima sendo levada pela correnteza. O namorado não havia percebido na hora. Por parte da Polícia Civil, aguardaremos o laudo do IML. Todos os indícios apontam para um afogamento."

O corpo de Camila foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e deverá ser cremado nesta quinta-feira (9), na cidade de Piracicaba.

Desde o desaparecimento da estudante, as equipes se dedicaram intensamente às buscas. O trabalho contou com mergulhadores, cães farejadores e o apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar. Na manhã desta quarta-feira, as equipes concentraram os esforços no rio Jacaré-Guaçu, percorrendo cerca de dez quilômetros.

De acordo com o voluntário Paulo Saldanha, foram utilizados caiaques e botes infláveis para facilitar a procura. “Temos observado margens e áreas de mato tombado, pois, quando ela se acidentou, o rio estava significativamente mais alto do que está hoje”, explicou durante a manhã.

Em entrevista ao na terça-feira (7), a irmã de Camila descreveu a espera por notícias da jovem como “desesperadora”.

O voluntário Paulo Saldanha também destacou os desafios enfrentados durante as buscas.

“É difícil sair do rio. Existem alguns pontos de acesso, mas boa parte do rio é de difícil saída. Essa limitação de acesso complica tanto as buscas quanto o deslocamento até os locais necessários”, explicou.

As buscas por Camila, estudante de biologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), começaram na tarde de quinta-feira, após o namorado comunicar seu desaparecimento à polícia.

De acordo com o boletim de ocorrência, Camila estava acompanhada do namorado, de 31 anos, com quem mantinha um relacionamento há cerca de um mês. Ele relatou que o casal foi à Cachoeira do Santana com a intenção de passar o dia no local.

O namorado afirmou que estava gravando um vídeo de Camila enquanto ela tomava banho na água, mas, em determinado momento, ela desapareceu. Preocupado, ele procurou a polícia para registrar o desaparecimento.

O delegado João Fernando Baptista, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), informou ao nesta terça-feira que a polícia já ouviu o namorado de Camila e outras pessoas próximas à jovem. Além disso, os celulares do casal foram apreendidos para análise.

“Cabe ressaltar que, até o momento, não há indícios de crime. Ou seja, tudo indica que se trata de um caso de afogamento acidental”, afirmou o delegado.