Um grave acidente ocorrido na manhã desta segunda-feira (25), por volta das 6h15, na BR-470, em Apiúna, resultou na morte de Mateus Henn, de 26 anos, morador de Ascurra. Ele perdeu a vida após colidir com uma carretinha que se desprendeu de um Fiat Siena.
O acidente aconteceu no quilômetro 99 da rodovia. A carretinha soltou-se do veículo, invadiu a pista contrária e atingiu a motocicleta conduzida por Mateus. O impacto foi extremamente violento, resultando na morte instantânea do motociclista.
O garupa da moto sofreu ferimentos graves e foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), sendo encaminhado ao Hospital Dr. Waldomiro Colautti, em Ibirama.
Os acidentes de moto representam um grave problema de saúde pública no Brasil e são um obstáculo significativo para o cumprimento da meta firmada com as Nações Unidas de reduzir pela metade o número de acidentes de trânsito até 2030. A questão é discutida na coluna de Mariana Varella.
Os jovens que obtêm habilitação para conduzir automóveis e motocicletas enfrentam desafios que gerações anteriores não encaravam. Hoje, é necessário aprender a dirigir em um ambiente urbano cada vez mais caótico, onde milhares de veículos, motocicletas, bicicletas e pedestres competem por espaço diariamente, elevando o risco de acidentes e a necessidade de maior preparo e conscientização.
É um problema porque as vias urbanas e rodoviárias brasileiras e as regras de trânsito foram feitas com base em outra realidade, quando havia muito menos veículos em circulação.
O aumento da frota de motocicletas no Brasil nas últimas décadas tem contribuído significativamente para o crescimento das taxas de acidentes envolvendo esses veículos. De acordo com o IBGE, em 2012 o país contava com cerca de 42 milhões de automóveis e 17 milhões de motocicletas. Em 2022, esses números subiram para pouco mais de 60 milhões de veículos e 26 milhões de motos.
Esse crescimento, impulsionado pelo surgimento de aplicativos de transporte e delivery, teve um impacto direto nos índices de mortalidade. Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado em maio, apontou um aumento de 53% na taxa de mortalidade de motociclistas no período de 29 anos analisado (1990 a 2019).
Embora o estudo também mostre uma queda geral de 43% nas taxas de mortalidade no trânsito brasileiro, coincidente com a adoção do Código de Trânsito Brasileiro e medidas como o uso obrigatório do cinto de segurança, os acidentes envolvendo motocicletas seguem uma tendência oposta, registrando alta constante no mesmo período.
Isso destaca um desafio crescente: enquanto avanços no trânsito como um todo são visíveis, o uso intensivo de motocicletas e as condições de trabalho em aplicativos elevam os riscos para essa categoria específica de condutores.