A edição atual do programa “Dilema” tem gerado uma repercussão negativa entre os telespectadores e críticos de reality shows em Portugal, devido a um clima de hostilidades e constantes ataques verbais entre os concorrentes. Ao invés de proporcionar entretenimento leve e divertido, a interação entre os participantes tem se transformado em um campo de batalha verbal, onde ofensas e insultos estão se tornando a norma. Um dos casos mais evidentes tem sido a brutal agressão verbal sofrida por David Diamond, que tem sido alvo de uma série de ofensas desmedidas por seus colegas.
O momento mais chocante ocorreu quando Igor Marchesi, em um acesso de raiva, disparou a ofensa "filho da p***" contra Diamond.
Tó Carvalhinho, um renomado comentador e influenciador digital, abordou essa situação em seu canal, destacando que, em edições passadas de programas como “Big Brother” e “Casa dos Segredos”, os participantes já teriam enfrentado expulsões imediatas por comportamentos similares. Para Carvalhinho, é inaceitável que a produção do “Dilema” não intervenha, mesmo quando as ofensas ultrapassam todas as barreiras do respeito.
Cristina Ferreira, a diretora do programa, já se manifestou sobre esta questão, afirmando que "Dilema" não se encaixa nas mesmas regras que outros reality shows. Essa declaração poderia ser interpretada como uma tentativa de justificar a ausência de sanções. No entanto, as palavras de Ferreira não apagam o fato de que os concorrentes estão se sentindo cada vez mais confortáveis para atacar uns aos outros verbalmente, criando uma cultura de violência psicológica que não deve ser subestimada.
A declaração de Carvalhinho levanta outro ponto crucial: a preocupação da TVI com a possibilidade de uma evasão em massa de concorrentes. A verdade é que a competitividade entre os participantes está atingindo níveis alarmantes e, ao mesmo tempo, a pressão para manter o programa exibido com um número constante de concorrentes pode levar a uma tolerância a comportamentos prejudiciais em nome da audiência. O dilema real, portanto, é entre manter a audiência e a integridade dos indivíduos que fazem parte do programa.
Um reality show deve servir não apenas para entreter, mas também para refletir valores sociais. Os telespectadores que assistem ao “Dilema” devem se sentir confortáveis para apoiar os concorrentes e torcer por eles, mas o que está em jogo atualmente é um espetáculo de degradação moral. O tratamento de contendas verbais não só perpetua um ciclo de ódio, mas também abre espaço para que comportamentos agressivos sejam normalizados na sociedade.
A maneira como a produção do programa lida com esses conflitos críticos será decisiva para o futuro do “Dilema”. Se os insultos e ofensas continuarem a ser desconsiderados, não só os concorrentes prejudicados sairão com traumas emocionais, mas a própria credibilidade do programa pode ser severamente comprometida.
Para encerrar, a questão que se apresenta é se o “Dilema” quer ser lembrado como um marco negativo na história dos reality shows em Portugal, ou se será capaz de reverter essa tendência e oferecer um espaço mais saudável e respeitoso para seus concorrentes. A decisão está nas mãos da produção e na forma como eles decidirem inverter e reformular a dinâmica do programa.