Na última segunda-feira (6), um jovem de 20 anos, identificado como Marcos Vinícius Alves Gonçalves, foi brutalmente assassinado no bairro Asa Branca, em Feira de Santana, Bahia. A tragédia aconteceu em plena luz do dia e deixou a comunidade local em estado de choque. A principal hipótese investigada pela Polícia Civil é que o crime tenha relação com uma postagem feita pela vítima em uma rede social, onde aparece com um gesto associado a uma facção criminosa. A violência destaca os perigos crescentes limitados a sinais aparentemente inofensivos, mas que carregam significados sombrios em certas regiões do Brasil.
Marcos estava na rua Boa Esperança no momento em que dois homens o abordaram. Segundo relatos, os criminosos analisaram o celular da vítima antes de disparar vários tiros.
O Brasil registrou episódios semelhantes em outras regiões. Um caso recente em Jericoacoara, Ceará, envolvendo um adolescente de 16 anos, morto após postar uma foto fazendo um gesto com os dedos que, sem saber, representava uma facção criminosa local. O pai do jovem explicou que o filho fez o sinal de “3” com os dedos, ignorando sua associação com grupos criminosos. A tragédia ocorreu na madrugada de 16 de dezembro, marcando uma semana antes de Natal com profunda tristeza para a família.
Esse tipo de incidente reforça a necessidade de cautela ao viajar ou registrar momentos em locais desconhecidos. O simples ato de tirar fotos com sinais de mão pode ser interpretado de forma errada em diferentes regiões do país. Infelizmente, este não é um caso isolado, e histórias de inocentes mortos por gestos mal interpretados têm se tornado cada vez mais comuns.
Durante as férias ou viagens para outros estados, os visitantes devem estar atentos aos costumes locais e evitar a reprodução de gestos que possam estar associados a organizações criminosas. Gestos como o número “2”, “3”, arminhas com as mãos, “hang loose” e até mesmo sinais aparentemente inofensivos, como a mão chifrada, podem gerar retaliações.
O problema não se limita apenas aos sinais manuais. Cortes de cabelo, cores e estilos específicos também podem ser vistos como identificação de filiação ou simpatia a determinados grupos. Traços no cabelo ou posturas como braços cruzados em fotos são outros exemplos de características visuais que devem ser evitadas.
A interpretação dos gestos varia amplamente entre as regiões do Brasil. Um sinal que simboliza amizade em uma área pode significar rivalidade em outra. Por exemplo, o número “3” pode estar associado tanto ao Primeiro Comando da Capital (PCC) quanto ao Bonde do Maluco, dependendo da localidade.
Além dos gestos, aspectos visuais como cortes de cabelo e coloração das madeixas também são usados por facções para identificar membros ou aliados. Essa associação coloca em risco até as mesmas pessoas que, sem intenção, adotam estilos populares ou tendências da moda. Durante o período de férias, quando muitas pessoas viajam para locais desconhecidos, é essencial redobrar os cuidados com a aparência e evitar gestos ou posturas que possam ser mal interpretadas.
Casos como o de Marcos Vinícius e do adolescente cearense evidenciam a urgência de campanhas de conscientização sobre esses riscos. A educação pode ser uma ferramenta poderosa para prevenir tragédias, orientando tanto os moradores quanto os turistas sobre os perigos de reprodução de gestos ou adotando estilos que possam estar associados a facções criminosas. Autoridades locais, escolas e até mesmo plataformas digitais podem desempenhar um papel crucial na disseminação dessas informações.
A crescente onda de violência relacionada a símbolos e gestos demonstra que a prevenção é o melhor caminho. Ao viajar, seja cauteloso ao tirar fotos ou interagir em regiões desconhecidas.