Recentemente, foi anunciado a morte da bispa Keila Ferreira, de 52 anos de idade. Ela era uma mulher muito ativa na comunidade evangélica e a causa de seu falecimento foi apontada como morte súbita.
Mal súbito é um termo que descreve um evento médico inesperado e repentino, que pode ser causado por diversos fatores, incluindo condições cardiovasculares, neurológicas e metabólicas. Dependendo da origem do problema, a falta de atendimento rápido pode levar ao óbito.
No entanto, nem todos os casos de mal súbito são fatais. Algumas situações podem ser decorrentes de fatores mais simples, como uma queda brusca de pressão devido à má alimentação, levando a um desmaio temporário.
O cardiologista Hélio Castello, coordenador da hemodinâmica do Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, compara o mal súbito a uma queda de disjuntor: "A pessoa, de repente, perde os sentidos e desmaia. Às vezes, não chega a perder a consciência, mas pode ter dificuldades para andar ou falar".
Quando um paciente chega ao pronto-socorro após um episódio de perda de consciência, a primeira suspeita dos médicos costuma estar relacionada a doenças cardiovasculares ou neurológicas. “Essas causas precisam ser descartadas rapidamente, pois, se não tratadas de forma eficaz, podem ser fatais”, alerta Castello.
Dentre os principais problemas que podem levar ao mal súbito, destacam-se:
Infarto agudo do miocárdio: ocorre quando há obstrução de uma artéria do coração;
Acidente Vascular Cerebral (AVC): interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro;
Aneurismas: dilatações que podem levar ao rompimento de vasos sanguíneos;
Arritmias cardíacas: quando o coração bate mais rápido ou mais devagar que o normal;
Convulsões e epilepsia: eventos neurológicos que podem provocar perda de consciência.
Além disso, desequilíbrios metabólicos, como descompensação do diabetes e alterações nos níveis de sódio e potássio, podem desencadear episódios de mal súbito. Até fatores externos, como desidratação e exposição ao calor intenso, podem ser gatilhos.
Algumas pessoas podem perder a consciência de forma abrupta, mas a maioria apresenta sinais prévios, ainda que por poucos segundos.
Dor intensa na cabeça, peito ou abdômen;
Tontura e náusea;
Visão embaçada ou dupla;
Fraqueza generalizada;
Suor frio;
Formigamento nos membros;
Dificuldade para falar ou andar.
Em situações mais graves, pode haver episódios de vômito e perda do controle urinário e fecal. Diante de qualquer um desses sinais, é fundamental tratar o mal súbito como uma emergência médica.
Castello reforça que buscar ajuda rapidamente é essencial, pois certas condições, como arritmias, podem ocorrer novamente. Além disso, ele destaca que o mal súbito pode atingir qualquer pessoa, independentemente do gênero. No entanto, mulheres jovens, por possuírem pressão arterial mais baixa, podem ser mais suscetíveis a desmaios.
Durante um episódio de mal súbito, manter a calma e garantir que a pessoa afetada tenha espaço para respirar são atitudes fundamentais.
A conscientização sobre os fatores de risco e a adoção de hábitos saudáveis são essenciais para minimizar a incidência de mal súbito e garantir uma vida mais segura e equilibrada.