Pai de Gael e Romeu, de 5 anos, do relacionamento com Paulo Gustavo (1978-2021), Thales Bretas tem enfrentado os desafios da paternidade solo desde que perdeu o humorista. Apesar de contar com toda uma rede de apoio, o médico encara a missão de frente.
"Meu maior desafio é me sentir o único grande responsável pelas decisões e molde de dois menininhos tão cheios de vida. É muito difícil não ter alguém para trocar, para te ajudar, mesmo que seja com uma opinião contrária. Alguém para dividir a atenção, o carinho e a troca da parentalidade. Tenho rede de apoio, me dou muito bem com os avós e as tias que amam muito Romeu e Gael, mas tenho a solidão de uma parceria idealizada (e vivida por um tempo) com a qual não posso mais contar", explicou Thales Bretas em entrevista do Gshow.
"Sou superexigente comigo, mas também sei que sou muito fraternal, responsável e cheio de amor para dar. Então acho que, no geral, estou desempenhando um bom papel, e apesar das dificuldades de ser um pai solo de dois, tenho orgulho do pai imperfeito que sou", observou.
"É uma transformação constante, uma metamorfose. Todo dia revejo minhas prioridades, meus hábitos de vida, nossa alimentação, a rotina da casa. Me adapto para ser melhor por eles, para ser um exemplo, e, ao mesmo tempo, um pai próximo, um aconchego, um acalento. Não quero ser o pai herói perfeito, quero ser justamente um ser humano como eles, em construção conjunta, que erra tentando acertar, mas reconhece seus erros, se desculpa e se concentra em acertar nas próximas oportunidades.
"Ressignifiquei o prazer hedonista de autossatisfação. Hoje meu prazer é ver meus filhos felizes, satisfeitos e se transformando em duas pessoas de bem. Ressignifiquei também expectativas e a minha própria concepção fantasiosa do que é ser pai, que é algo muito mais complexo do que qualquer pessoa possa imaginar antes de viver", disse o genro de Dona Déa Lucia.
Thales Bretas também destacou a saudade que sente de Paulo Gustavo. "Falo que o luto é um processo intenso de transformação, que tem início bem demarcado e um percurso de muitos altos e baixos, mas infelizmente não tem fim. Essa é a nossa história, e para sempre carregaremos essa cicatriz do que é mais irreversível na vida, a morte. Converso com os meninos sobre o Paulo com muito carinho e amor, relembrando o grande pai que ele foi, o ser humano gigante que, comigo, planejou e amou muito os dois. Mas sempre respeitando a maturidade emocional e o limite de duas mentes de 5 anos, em formação, que ainda não tem uma concepção madura de tudo isso que aconteceu conosco", detalhou.
O dermatologista explicou que busca preservar os garotos. "Eles percebem, e por ser uma grande dificuldade pra eles, tento preservá-los da exposição ao máximo.
"Entendo que é carinho, que a abordagem é cheia de boas intenções, mas eles acabam perdendo o senso de interação saudável que estão começando a criar. Por hora são crianças, querem brincar e interagir com os outros de forma natural, singela, típica da idade deles. Sempre explico nossa história, e a grande estrela que foi é o PG, pai deles, mas quero que eles possam também usufruir do que toda criança pode, que é o brincar despretensiosamente e leve", afirmou Thales.
"Sendo pai solo, e tendo o privilégio de poder cuidar da minha agenda, me preocupo em adequá-la aos horários deles, reservando momentos inegociáveis como café da manhã, ida para escola e o fim do dia, momento de deitar.
Sobre o Dia dos Pais, Bretas entregou que pretende passar a data com os gêmeos. "Tanto eu quanto eles, amamos a vida ao ar livre, conhecer o mundo e as belezas da natureza. Gosto muito de pedalar, e estou tendo a alegria de ensiná-los a andar de bike e curtir esse hobby comigo. No Dia dos Pais, quero passar com eles e os avós que puderem estar juntos e comemorar essa construção da família", concluiu.